O que fazer quando se trabalha numa organização com valores que não são os nossos?

Esta é a pergunta para um milhão de dólares. Principalmente se for uma organização onde investimos muito tempo e foco da nossa vida. Um tempo demasiado elevado para deitar fora.

Ficar ou sair. São escolhas possíveis.

Ficando temos três opções: conseguir que a situação nos afete cada vez menos, mas até isso leva tempo. Adaptar-nos aos valores da organização ou, fazer valer os nossos valores, precisando para isso de investir tempo e energia para definir um plano de atuação com equipas que alinhem com os nossos valores.

A outra opção é sair, aceitando as consequências dessa decisão.

Saber o propósito

O que pode ajudar a gerir a dissonância para quem decide ficar numa organização com valores diferentes dos seus, é encontrar o seu propósito, é saber para que é que se mantém nesta organização.

Os motivos podem ser válidos como: identificar-se com a missão, a área de atuação, o tipo de trabalho, a remuneração, entre outros.

E, se assim for, podemos estar disponíveis para fazer uma negociação interna sobre os nossos valores. Podemos numa determinada altura da nossa vida dar primazia ao valor de segurança financeira colocando em segundo plano o valor da organização, entusiasmo, desafio intelectual ou autonomia.

E mesmo assim, em situações limite em que fica em causa a nossa saúde mental e emocional, mesmo precisando da remuneração, podemos ter de ponderar sair da organização. Por exemplo, um tema muito atual e recorrente, se fizermos parte de uma organização em que o nosso tempo de descanso é sistematicamente invadido e não respeitado, provocando stress e desgaste emocional e pondo em risco outras áreas da nossa vida.

Negociação interna e com a empresa

Claro que temos de ter em atenção se esta prática fez parte do acordo com a organização ou se não foi bem definido e é ainda preciso clarificar. Ou mesmo se temos de encontrar estratégias para lidar com a situação.

Se quisermos sair da organização e deste dilema, teremos de aceitar as perdas que isso irá significar e adaptar, alterar, ajustar a nossa maneira de viver, nem que seja pontualmente.

Uma escolha implica sempre ganhos e perdas. Ganhamos o que escolhemos e perdemos o que não escolhemos ou que lhe está associado.

Passar por situações destas de estar desalinhado com os valores da organização, apesar de muito duro, tem a vantagem de ficar mais claro não só o que queremos, mas também o que não queremos repetir.

E temos sempre de ter em conta a questão geracional. As novas gerações, tendo assistido ao nível de envolvimento da geração anterior, já não estão disponíveis para seguir os mesmos modelos.

As empresas têm assim de mudar o paradigma para atrair e reter talento.

Se a ambição for um valor forte, para progredir na carreira, a pessoa pode querer aceitar algumas idiossincrasias da organização.

Como trabalhamos este tema em coaching

A nossa saúde e bem-estar tanto pessoal como profissional necessitam de constante reflexão e análise. Nas sessões de coaching criamos o espaço e o tempo para, em confidencialidade, o cliente partilhar e clarificar o seu desconforto e o que é para si vital. Traçando a forma de o alcançar, sem interferências do exterior, permitindo-se sonhar e planear opções e experimentar alternativas que lhe deem ânimo e força mas também segurança.

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