A gestão das emoções é uma das preocupações que líderes e gestores de equipas de organizações de todas as dimensões trazem de forma regular para as sessões de coaching.

Habitualmente, o desafio que os líderes querem ver resolvido é “como é que eu posso regular as minhas emoções para conseguir estar de forma mais tranquila com os outros elementos da minha equipa”. O objetivo que expressam é o de conseguir não absorver as emoções negativas que os outros trazem ou lhes provocam. Porque sentem que, só assim, conseguirão dar seguimento aos assuntos com maior racionalidade e tomar decisões bom base em factos e não em perceções negativas.

Uma das abordagens possíveis nas sessões de coaching é o aumento do autoconhecimento do líder, para que tenha maior noção do que está a acontecer consigo – no seu corpo e na sua mente – durante as situações de tensão. Quando o líder consegue conectar-se consigo e dizer para si próprio “isto enerva-me” ou “não estou a gostar disto”, é mais fácil aperceber-se do que causou essa emoção e reação química, e por conseguinte, aumenta a sua capacidade de ir diretamente à causa para a poder analisar e resolver não de forma emocional, mas racional.

Sempre que o ser humano sente de forma imediata, inconsciente e incontrolável que está em perigo ou sob ameaça da sua existência, o cérebro (o sistema límbico – a amígdala) liberta toxinas para obter uma reação imediata de fugir, paralisar ou atacar (vulgo – “fight, flight or freeze”).  Ou seja, apesar de nos dias de hoje, nós já não estarmos na selva e não irmos ser atacados por um leão, o que significa que habitualmente a nossa existência não está em perigo, um simples telefonema, mensagem ou email de alguém que percecionamos como diferente, assertivo ou intencional produz o mesmo tipo de receio em nós e, sem refletirmos, reagimos em vez de agirmos.

Não é por acaso que, das cinco emoções base dos seres humanos, apenas uma é positiva – a alegria, as outras quatro são todas vistas como negativas – a tristeza, o medo, a raiva e o nojo. E, no entanto, foram elas que nos fizeram sobreviver até aos dias de hoje.

Assim, sempre que pretendermos voltar a ser seres racionais, temos de nos “sentar” com as emoções e vê-las como amigas que nos trazem informação útil para gerirmos, não para reagirmos. Ou seja, precisamos de dar espaço e tempo para acionar a parte racional do nosso cérebro – o córtex pré-frontal.

Quer isto dizer que, para conseguimos fazer uma boa gestão das nossas emoções, temos de aumentar a nossa autoconsciência.  E a boa notícia é que existem várias técnicas para a regulação emocional.

Cada líder pode e deve encontrar tudo o que, no seu caso particular, o ajuda mais. A lista de técnicas para repormos o nosso nível de dopamina e serotonina é infindável.

Sempre que nos sentirmos sequestrados por emoções consideradas “negativas”, sejam elas: o stress, a ansiedade, o nervosismo, a tristeza, a raiva ou o nojo, temos, em primeiro lugar, que as reconhecer e depois decidir tomar conta de nós primeiro: ficarmos em silêncio; ouvir o outro; sair da frente do computador; ir à máquina do café; ligar a um colega; desabafar com um familiar; falar com um psicoterapeuta; escrever o rascunho de resposta do email mas não enviar logo; “dormir sobre o assunto”; comer; caminhar; fazer desporto; apanhar ar e sol ou beber um simples copo de água. Enfim, tudo o que se concentre no nosso bem-estar físico, emocional e racional.

De todas as atividades, destacamos três que fazem toda a diferença na gestão da presença dos líderes das organizações junto das suas equipas.

A meditação – a arte de utilizar o oxigénio para mudarmos de perspetiva. Infelizmente, quando estamos stressados, a primeira coisa que deixamos de fazer é respirar em profundidade e, isso, não nos ajuda nada a ter clarividência sobre os assuntos, mas antes tolda-nos o discernimento. Sempre que as células do corpo são oxigenadas conseguimos repor o nosso equilíbrio de forma mais célere.

A respiração em quadrado é das mais conhecidas e fáceis de implementar. Contando sempre até quatro, inspirar, reter, expirar, reter de novo e repetir até nos sentirmos bem.

A prática regular de ioga – exercícios de posições de força e de alongamento feitos de forma lenta também contribuem para o nosso bem-estar.

Se fizermos uma gestão mais eficaz das nossas emoções em situações que consideramos desafiantes, temos mais autocontrolo e conseguimos aumentar não só nosso bem-estar, mas também o bem-estar das nossas equipas, famílias e da comunidade que nos rodeia.

Além disso, quanto mais equilibrados nós estivermos, mais nos conseguimos concentrar no que temos para fazer, aumentando a nossa energia, foco e produtividade.

 

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