A maior parte dos aspetos da nossa vida está organizada por etapas, desde as associadas ao nosso crescimento, que passa pela fase da infância, adolescência, juventude, vida adulta e terceira idade, até à passagem do tempo que é contabilizada por unidades de segundo, minuto, hora, dia, mês, ano, e por aí em diante até século, milénio, etc. A nossa alimentação também está dividida por momentos: pequeno-almoço, almoço, lanche, jantar e ceia.

Não há de ser por acaso. O que nos rodeia é tão avassalador que o ser humano tem necessidade de abarcar a realidade partindo-a aos bocados para que atinja uma dimensão menor e que nos seja comportável.

Tudo leva a crer que esta organização estruturada do tempo, espaço, tarefas, áreas de interesse, entre outros, nos ajuda a viver.

Então, as nossas preocupações também devem e podem ser endereçadas de forma estruturada. Quando algo é maior do que conseguimos suportar, ficamos muito desorientados, aflitos e sem saber o que fazer. O estado de espírito esmorece e a sensação é a de que não somos capazes de fazer nada. Ficamos bloqueados e sem saber por onde começar.

É aqui que o coaching pode ajudar. Através de um processo estruturado no tempo e no espaço e com uma periodicidade regular (tão útil para a nossa forma de ser) a pessoa (coachee) consegue verbalizar o problema, definindo “qual é o tema” concreto da sua aflição, preocupação ou infelicidade e percebendo que resultados quer alcançar, o que a está a bloquear e como se quer sentir no futuro, definindo, para isso, um plano de iniciativas que tem de tomar para lá chegar.

Normalmente, o coachee chega ao processo de coaching com uma preocupação de uma enorme dimensão e com vários temas associados. A primeira tarefa é sempre definir o tema que quer ver resolvido. Ninguém consegue tratar de tudo ao mesmo tempo e o mesmo acontece com as nossas preocupações.

Normalmente, o coachee chega ao processo de coaching com uma preocupação de uma enorme dimensão e com vários temas associados. A primeira tarefa é sempre definir o tema que quer ver resolvido. Ninguém consegue tratar de tudo ao mesmo tempo.

A sensação que temos em relação às preocupações é que elas crescem como cogumelos, estão todas interligadas e aparecem todas ao mesmo tempo. Deve ser a mesma sensação que temos quando antes chegávamos ao trabalho e tínhamos a secretária com uma pilha de papéis, ou como é atualmente em que chegamos à frente do computador (ou telemóvel) e temos a caixa de correio eletrónico cheia de mensagens para dar resposta. A sensação é que temos imensas pessoas do outro lado do wifi (antes seria do outro lado da linha) à espera e não vamos conseguir chegar a todas.

É, provavelmente, a mesma sensação quando temos uma divisão da casa para arrumar. Fomos acumulando objetos e recordações ao longo dos tempos e já não sabemos o que fazer com eles.

A solução é sempre começar por um dos papéis ou email (ou ambos) e resolvê-los um a um. Normalmente, a resposta não é igual para todos. Uns demoram mais tempo e implicam mais recursos do que outros e nem sempre aqueles que achamos à partida mais dispendiosos de tempo e energia são os que nos levam mais tempo a resolver. Temos sempre surpresas.

O mesmo se passa com as nossas preocupações, por isso, o ideal é começar por algum lado mas, para isso, temos de ter a coragem e a humildade de aceitar que não estamos bem, que não chegamos a todo o lado, principalmente ao mesmo tempo, e que precisamos de ajuda para pegar na linha e puxá-la para desembaraçar o novelo das preocupações.

Paula Gonçalves Pereira

Leave a Reply