O estilo de vida atual incita pouco a momentos de reflexão interna. Andamos a correr entre casa, família e trabalho. A gerir urgências e emergências. Saltamos de uma tarefa para outra, de um compromisso para outro. Desejamos por momentos de pausa, mas já nem os sabemos encontrar ou desfrutar.

Quando falamos com alguém, nem sempre conseguimos ouvir-nos já que o outro, com a melhor das intenções, interrompe para dar a sua perspetiva, para contar a sua própria história, dizer que conhece alguém com o mesmo problema que o nosso ou para nos acalmar dizendo que isso não tem importância.

Trabalhar lado a lado com um coach permite-nos, de forma organizada, escolher o tema que nos preocupa, definir objetivos e pôr em prática ações que nos levem onde, pouco a pouco, queremos chegar. Mas mais importante, trabalhar com um coach permite-nos estruturar, de forma regular, um tempo para pensarmos e, principalmente, para nos ouvirmos. No fundo, um tempo para estarmos connosco próprios (junto de um profissional, claro, mas principalmente connosco próprios). Assim, como há o estudo acompanhado, também pode haver pensamento acompanhado.

Trabalhar lado a lado com um coach permite-nos, de forma organizada, escolher o tema que nos preocupa, definir objetivos e pôr em prática ações que nos levem onde, pouco a pouco, queremos chegar.

Nos dias que correm, são poucas as oportunidades para falarmos com alguém. Na pressa de despachar assuntos pendentes, profissionais ou pessoais, escrevemos mais do que falamos. Mandamos emails e sms, usamos WhatsApp e Messenger, sempre na forma escrita e, de preferência, cada vez mais sucintos e abreviados. Fica a faltar o som, a entoação, a linguagem corporal e não há emojis que cheguem para a diversidade de informação que nós passamos aos outros, e a nós próprios, através da voz e do corpo.

O nosso estado psíquico, anímico, emotivo demora um pouco mais de tempo para se expressar de forma concreta do que através de um sms. Por isso, o poder de uma conversa em voz alta connosco e frente a um profissional de coaching é tão relevante, atual e cada vez mais necessário.

Costumo dizer que “se vamos ao ginásio para exercitar o corpo, temos de ir à sessão de coaching para exercitar a mente”.
E é também verdade que, se quando somos pequenos, somos tão acompanhados por pais, avós, tios, professores, treinadores, médicos, etc., então, ainda mais devemos ser acompanhados quando crescemos e os desafios pessoais e profissionais se tornam ainda mais desafiantes. Devemos ser acompanhados pela família, amigos, colegas, mentores, mas também por coaches profissionais para podermos perder-nos e encontrar-nos; cairmos e levantarmo-nos; falharmos e recuperarmos; procurarmos e encontrarmos; explorarmos e evoluirmos. No fundo, vivermos.

Paula Gonçalves Pereira

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