Num processo de crescimento, a distinção entre mim e o outro é fundamental. O que se pretende dizer com isto não se prende com questões de egocentrismo. A clara distinção entre o que é o meu quadro de referência e o que é o quadro de referência do outro permite a avaliação segura do que são as minhas questões e necessidades e do que são as questões e as necessidades do outro. Se baralharmos as duas realidades corremos riscos emocionais. Se crescermos, e o Coaching faz-nos crescer, começamos a entender que, apenas o que nos pertence, é suscetível de ser gerido, modificado e aprendido. Se tivermos companhia no processo, o caminho é mais agradável.

Nas relações humanas há a tendência para que as nossas necessidades se confundam com as necessidades dos outros, principalmente se estivermos muito envolvidos nas relações e precisarmos de ajuda ou de ajudar. Todos temos necessidades, a necessidade de aceitação, por exemplo, é comum a todos os seres humanos, bem como a de amor, reconhecimento e respeito.

Muitas vezes esquecemos ou desconhecemos as nossas para podermos satisfazer as dos que estão próximos, dos que amamos, dos que não queremos ver contrariados. A não satisfação das nossas necessidades é, na maioria das vezes, causa de desequilíbrio. Tornar o caminho conhecido e trabalhar para um maior grau de consciência é fundamental.

Do que é que precisamos para podermos conviver bem connosco? De que forma as nossas necessidades colidem com as necessidades do outro e como podemos conjugá-las? Podemos conciliar as nossas necessidades com as dos outros? Como? Queremos fazê-lo?

Estas questões empurram-nos para um jogo de autoconhecimento que merece consideração. Se nos despedimos de nós para podermos satisfazer as necessidades dos outros e, com isso, pormos em causa o nosso equilíbrio, estaremos a fazer a escolha adequada?

A questão de saber quais as nossas necessidades e de que forma trabalhamos para as satisfazer é uma questão fundamental.

A questão de saber quais as nossas necessidades e de que forma trabalhamos para as satisfazer é uma questão fundamental.

Normalmente, os julgamentos que fazemos dos outros são expressões alienadas das nossas próprias necessidades. Muitas vezes não sabemos quais são as nossas reais necessidades. Termos esse conhecimento e podermos expressá-lo aos outros pode ser o caminho da descoberta conjunta e da congregação de todas as necessidades humanas.

Rosenberg, no seu livro sobre comunicação não violenta, afirma: ” repetidas vezes pude ver que a partir do momento em que as pessoas começam a conversar sobre o que precisam, em vez de falarem do que está errado com as outras, a possibilidade de encontrar maneiras de atender às necessidades de todos aumenta enormemente.”

Paula Capaz

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